Toda desonestidade será perdoada
Não há nada mais idiota do que levar a sério alguns preceitos
morais ditadas e defendidos pelos filhos do Ratzinger e demais seguidores do carpinteiro filósofo. O mundo
cristão ocidental é repleto de imposições comportamentais que não fazem sentido
e não se sustentam por si só. Recebem dos seus próprios mantenedores apenas um
arremedo de respeito. Na verdade, fingem que os respeitam enquanto não veem
prejudicadas as suas aspirações e prioridades pessoais. Desde não atrapalhe os
seus planos de sucesso financeiro a qualquer custo. Fosse para por na balança o
tipo de moral que é de fato incentivado aos filhos e aos filhos dos filhos, o
arrivismo ganhava disparado como o melhor do cristianismo. Acredite em Jesus e
ele vai te ajudar a ganhar muito dinheiro. É só isso. Lógico que sempre
lembrando de pelo menos uma vez por ano fazer uma varredura no quarto e achar brinquedos
velhos ou alguma roupa que não mais lhes servem para doar aos pobre coitados
que, por algum mistério, o mesmo Jesus e o seu soberano pai não têm muito tempo
ou vontade de ajudar. É claro que ir uma
vez por semana ao templo agradecer à deferência divina faz parte do pacote.
Pedido o devido perdão pela sua ganância e batendo um papinho com um dos
representantes do eterno na Terra, pronto. Todos podem voltar para casa devidamente
e divinamente redimidos.
As relações íntimas e amorosas, na rasa interpretação dos
filhos de Adão também não ganham ponto algum em nobreza e pureza de alma. Supostamente
incentivado e divinizado pelo criador, o tal amor eterno não tem sido merecedor
do título. Não que devesse ser, mas se é pra inventar regras, por que não segui-las?
E lá vem de novo o perdão divino arrefecer a culpa e deixar tudo bem. O negócio
é garantir a entrada no céu. Nem que pra isso a única solução seja mentir pra
si, paro outro (a), para o sacerdote e até para o tal que tudo vê. Vê, mas a
que tudo indica, faz vista grossa.
Dava pra discorrer ad
nauseam sobre o rol de incoerências existentes entre as intenções
e os gestos dos cristãos, mas por hora basta dizer que mais idiota e sem
aplicabilidade prática do que os tais dez mandamentos, só mesmo a bobagem
imediatamente inventada chamada sete pecados capitais. Estes justamente os
responsáveis por toda a evolução, estruturação e funcionabilidade do mundo
atual.
Ou seja: se quer mesmo ser feliz, sem precisar ser
hipócrita, no mundo moderno, e acha necessária a existência de regras, é melhor
optar pelo menos por conceitos humanistas ao invés de cristãos. Impossível
seguir normas tão antagônicas e ideologicamente distantes das aspirações humanas.
Ser cristão de verdade dá trabalho pra
caramba: até os cristãos sabem disso.
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