terça-feira, 10 de janeiro de 2012


Toda desonestidade será perdoada

Não há nada mais idiota do que levar a sério alguns preceitos morais ditadas e defendidos pelos filhos do Ratzinger e demais seguidores do carpinteiro filósofo. O mundo cristão ocidental é repleto de imposições comportamentais que não fazem sentido e não se sustentam por si só. Recebem dos seus próprios mantenedores apenas um arremedo de respeito. Na verdade, fingem que os respeitam enquanto não veem prejudicadas as suas aspirações e prioridades pessoais. Desde não atrapalhe os seus planos de sucesso financeiro a qualquer custo. Fosse para por na balança o tipo de moral que é de fato incentivado aos filhos e aos filhos dos filhos, o arrivismo ganhava disparado como o melhor do cristianismo. Acredite em Jesus e ele vai te ajudar a ganhar muito dinheiro. É só isso. Lógico que sempre lembrando de pelo menos uma vez por ano fazer uma varredura no quarto e achar brinquedos velhos ou alguma roupa que não mais lhes servem para doar aos pobre coitados que, por algum mistério, o mesmo Jesus e o seu soberano pai não têm muito tempo ou vontade de ajudar.  É claro que ir uma vez por semana ao templo agradecer à deferência divina faz parte do pacote. Pedido o devido perdão pela sua ganância e batendo um papinho com um dos representantes do eterno na Terra, pronto. Todos podem voltar para casa devidamente e divinamente redimidos.
As relações íntimas e amorosas, na rasa interpretação dos filhos de Adão também não ganham ponto algum em nobreza e pureza de alma. Supostamente incentivado e divinizado pelo criador, o tal amor eterno não tem sido merecedor do título. Não que devesse ser, mas se é pra inventar regras, por que não segui-las? E lá vem de novo o perdão divino arrefecer a culpa e deixar tudo bem. O negócio é garantir a entrada no céu. Nem que pra isso a única solução seja mentir pra si, paro outro (a), para o sacerdote e até para o tal que tudo vê. Vê, mas a que tudo indica, faz vista grossa.
Dava pra discorrer ad nauseam sobre o rol de incoerências existentes entre as intenções e os gestos dos cristãos, mas por hora basta dizer que mais idiota e sem aplicabilidade prática do que os tais dez mandamentos, só mesmo a bobagem imediatamente inventada chamada sete pecados capitais. Estes justamente os responsáveis por toda a evolução, estruturação e funcionabilidade do mundo atual.
Ou seja: se quer mesmo ser feliz, sem precisar ser hipócrita, no mundo moderno, e acha necessária a existência de regras, é melhor optar pelo menos por conceitos humanistas ao invés de cristãos. Impossível seguir normas tão antagônicas e ideologicamente distantes das aspirações humanas.  Ser cristão de verdade dá trabalho pra caramba: até os cristãos sabem disso. 

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