Censura na Net: Wikipedia fora do ar
Sempre quando critica-se ou aponta-se eventuais
artifícios do poder para manter (ou perpetuar) o controle das pessoas,
recebe-se imediatamente a carteirinha de membro de grupos da teoria da
conspiração. Em termos populares a acusação é de estar procurando chifre na
cabeça de cavalos.
Mesmo que sabedor da existência de muitas teorias
conspiratórias e sugestões absurdas propostas por alguns malucos espalhados
pelo mundo, é impossível não enxergar alguns artifícios do poder para evitar,
por exemplo, o livre acesso a informações que, direta ou indiretamente, nos
façam cada vez mais desnudá-lo e questionar seus métodos e legitimidade.
Pra não ficar sozinho na possível detecção de possível complô
mundial contra a liberdade de pensamento e acesso livre à informação, é legal
dizer que o primeiro grande nome do mundo virtual já deu o grito: a Wikipedia. Em
sua página em inglês deixou hoje (dia 18 de janeiro) o seguinte recado:
“Imagine um
mundo Sem Conhecimento Livre
Por mais de
uma década, gastou-se milhões de horas a construir a maior enciclopédia da
história humana. Agora, o Congresso dos EUA está considerando uma
legislação que poderia prejudicar, a Internet livre e aberta.”
Com certeza, o maior avanço na direção do livre
conhecimento nos últimos anos (ou décadas) foi a popularização da Internet. Um
veículo de comunicação imediata e livre como nenhum criado até então.
Era sabido que esta característica subversiva e
anarquista da rede mais cedo ou mais tarde bateria de frente com esta “entidade
religiosa/política/econômica” por trás do poder mundial, que tacitamente vem
mantendo há milênios “harmonicamente” controlados o seu rebanho ignaro. Por
isso esta mobilização mundial para cercear o acesso livre às informações que
circulam na web.
Não só isso, há também a intenção de normatizar até mesmo
o que deve ou não constar das informações produzidas por nós mesmo, partindo do
pressuposto que estas possam abrigar algum suposto crime de violação de
direitos autorais, ofensas ou coisa similar. Para se chegar a este “supostamente
necessário” controle, é claro que nenhum outro dispositivo foi tão eficiente na
história da humanidade do que a censura. Mesmo não sendo admitido, é ela (de
novo) que está por trás dos planos dos governantes por todo o planeta para,
segundo eles, apenas para proteger autores e os próprios usuários de uma
suposta irresponsabilidade e libertinagem soltas no mundo virtual.
O interessante a ser observado é que tendo a rede mundial
de computadores, segundo a própria ONU, mais de dois bilhões de usuários,
chancelado por quem (ou por quantos) alguns governos optaram por determinar o
que deve ou não circular? Ou ainda como e sob que critério estas informações
devem ser liberadas ou não?
O problema na verdade nem é a eventual censura às
informações que circulam na rede, mas o porquê da coincidência de diversas
nações (inclusive o Brasil) tenham chegado à conclusão ao mesmo tempo de que é
hora de criterizar o acesso a estas informações.
Sei lá... Isso deve ser viagem de grupos adeptos à teoria
da conspiração!
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